segunda-feira, setembro 29

O que preciso mesmo?!

Minha vida ficou meio chata
Muita escola/trabalho
Pouco descanso
E eu aqui, aguentando o tranco...

Curto uma boa briga
Mas a tempos ninguem me encomoda
São todos previsiveis
Há os que até são invisiveis

Minha vida ficou monótona
Como estrada sem curvas (Rio Grande - Chui =p)

Mas... O que eu preciso mesmo?!

segunda-feira, setembro 22

O Pequeno Principe

É um livro dito "batido", livro dito "de Miss" mas traz consigo uma mensagem que, muitos, esqueceram...

— Bom dia, disse a raposa.
— Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
— Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
— Sou uma raposa, disse a raposa.
— Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste
— Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
— Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
— Que quer dizer "cativar"?
— Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
— Procuro os homens, disse o principezinho — Que quer dizer "cativar"?
— Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem — Tu procuras galinhas?
— Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
— É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços”.
— Criar laços?
Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
— Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
— É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
— Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
— Num outro planeta?
— Sim.
— Há caçadores nesse planeta?
— Não.
— Que bom ! E galinhas?
— Também não.
— Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
— Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
— Por favor... cativa-me disse ela.
— Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
— A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos, Se tu queres um amigo, cativa-me!
— Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
— É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
— Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
— Que é um rito? perguntou o principezinho.
— É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa, É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
— Ah! Eu vou chorar.
— A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
— Quis, disse a raposa.
— Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
— Vou, disse a raposa.
— Então, não sais lucrando nada!
Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
— Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
— Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa:
Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo.
Ela é agora única no mundo. E as rosas estavam desapontadas.

— Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
—Adeus, disse ele...
— Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
— O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
— Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
— Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
— Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves
esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
— Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

...

— Há milhões e milhões de anos que as flores fabricam espinhos. Há milhões e milhões de anos que os carneiros as comem, apesar de tudo. E não será sério procurar compreender por que perdem tanto tempo fabricando espinhos inúteis? Não terá importância a guerra dos carneiros e das flores? Não será mais importante que as contas do tal sujeito? E se eu, por minha vez, conheço uma flor única no mundo, que só existe no meu planeta, e que um belo dia um carneirinho pode liquidar num só golpe, sem avaliar o que faz, — isto não tem importância?!
Corou um pouco, e continuou em seguida:
— Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla.
Ele pensa:
"Minha flor está lá, nalgum lugar..."
Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem! E isto não tem importância!?

Não pôde dizer mais nada. Pôs-se bruscamente a soluçar. A noite caíra. Larguei as ferramentas. Ria-me do martelo, do parafuso, da sede e da morte. Havia numa estrela, num planeta, o meu, a Terra, um principezinho a consolar! Tomei-o nos braços. Embalei-o. E lhe dizia: "A flor que tu amas não está em perigo... Vou desenhar uma pequena mordaça para o carneiro... Uma armadura para a flor... Eu..."
Eu não sabia o que dizer. Sentia-me desajeitado. Não sabia como atingi-lo, onde encontrá-lo... É tão misterioso, o país das lágrimas!

Por mim, colocava o livro inteiro... ^^

segunda-feira, setembro 15

Quero uma Casa Grande

Quero uma casa grande, com uma cerca branca na frente. Quero uma casa grande e com um cachorro com o nome de Oz.
Quero uma casa grande, com um caminho por entre a grama com tijolos amarelos. Quero uma casa grande e um céu cheio de estrelas.
Quero uma casa grande e com muitos quartos para brincar, cada quarto um mundo novo e muita coisa pra pensar.
Uma casa grande, com jardim e uma luneta, com pássaros cantando e uma pá de coisa boa
Uma casa perto da praia, e todos os dias vai ter sol. Uma casa com vizinhos legais e gente simpática.
Uma casa bonitinha e de paredes coloridas, com nenhum sofá e muitos pufes e almofadas. Uma casa com sucos e comida gostosa.
Só uma casa grande, mas bem grande, tão grande a ponto de caber toda a felicidade que eu encontrar.
Mas não só eu de moradora, não quero morar sozinha, procuro alguém que esteja disposto a dividir, dessas e outras coisas, alguém que me faça companhia nas maiores indiadas, alguém com um espirito meio doido e que vá ser um bom companheiro, não precisa saber cozinhar, lavar ou passar, basta estar disposto e, assim como eu, querer viver numa casa assim... Uma Casa Grande...
Alguém?!

quinta-feira, setembro 4

Saudade

Ah! Que vontade de pedir baixinho
Pra saudade não mais apertar
Quando for,vá devagarinho
Sem tampouco se fazer notar

Sinto a vóz da esperança breve
Que talvez nem vá aparecer
Resta apenas um bloco de neve
Gelo que não vai mais derreter

Fique longe deste pranto ausente
Dessa vida que ao falar não mente
Sobre os rumos que podem surgir
E que nós queremos seguir

No espelho da tristeza eu vejo
Um semblante que já se esqueceu
Dá alegria e até de um sorriso
Vê-se logo que tudo morreu.

Longe sempre da verdade humana
Que surgiu ninguem sabe de onde
Se foi nesta nossa mente insana
Ou se foi no longe horizonte.

Peço sempre a essa estrada longa
Que traga sem misterios
Alegrias,risos,nada sério
Um pouquinho de pureza tenra
Que ao acabar perdeu tanta beleza
Foi o vento que a levou embora
Volte logo, não demora!